Implementação do CAN Bus no STM32: Guia Completo e Prático

O CAN Bus (Controller Area Network) é um protocolo de comunicação robusto e amplamente utilizado em sistemas embarcados, especialmente na indústria automotiva e automação industrial. No STM32O que é STM32 e por que usá-lo?O que é STM32 e por que usá-lo?Descubra os principais benefícios, arquitetura ARM Cortex-M e aplicações práticas dos microcontroladores STM32. Comece a inovar agora., a implementação do CAN permite integrar sistemas distribuídos com alta confiabilidade e baixa latência. Este artigo aborda desde os conceitos fundamentais até a implementação prática, incluindo exemplos de código, configurações de hardware e estratégias para otimização de redes.

Exemplo Prático: Imagine um veículo onde o STM32O que é STM32 e por que usá-lo?O que é STM32 e por que usá-lo?Descubra os principais benefícios, arquitetura ARM Cortex-M e aplicações práticas dos microcontroladores STM32. Comece a inovar agora. atua como controlador central, comunicando-se com sensores de freio, motor e airbags via CAN. Cada mensagem priorizada chega sem colisões, mesmo em ambientes ruidosos, garantindo respostas rápidas para funções críticas.

Índice🔗

1. Fundamentos do CAN Bus

2. Arquitetura do CAN no STM32O que é STM32 e por que usá-lo?O que é STM32 e por que usá-lo?Descubra os principais benefícios, arquitetura ARM Cortex-M e aplicações práticas dos microcontroladores STM32. Comece a inovar agora.

3. Configuração de Hardware

4. Implementação de Software com HALUsando o DAC no STM32 para gerar sinais analógicosUsando o DAC no STM32 para gerar sinais analógicosAprenda a configurar e calibrar o DAC do STM32 para gerar sinais analógicos precisos. Descubra técnicas avançadas, exemplos práticos e dicas de otimização.

5. Exemplo Prático: Rede com Múltiplos Nós

6. Troubleshooting e Boas Práticas

7. Conclusão

Fundamentos do CAN Bus🔗

O CAN é um protocolo serial assíncrono que opera em modo diferencial (dois fios: CAN_H e CAN_L), projetado para ambientes hostis. Características-chave:

Principais Conceitos

  • Arbitragem e Prioridade:

O ID do frame (11 ou 29 bits) define a prioridade. Mensagens com IDs menores têm precedência, resolvendo conflitos de transmissão sem perda de dados.

  • Formato dos Quadros:
    • Quadro de Dados: Contém ID, DLC (0-8 bytes), payload, CRC e bits de confirmação (ACK).
    • Quadro Remoto: Solicita dados de outro nó.
    • Quadros de Erro: Indicam falhas na rede.
  • Bit Timing e Sincronização:

A taxa de transmissãoUART no STM32: Comunicação serial básica para debug e integraçãoUART no STM32: Comunicação serial básica para debug e integraçãoDescubra os segredos da UART no STM32 com exemplos práticos, configuração via HAL, DMA e dicas de troubleshooting para comunicação serial eficiente. é determinada pela configuração dos segmentos de tempo:

$$ \text{Bit Timing} = \frac{1}{\text{Baud Rate}} = t_{\text{SYNC\_SEG}} + t_{\text{PROP\_SEG}} + t_{\text{PHASE\_SEG1}} + t_{\text{PHASE\_SEG2}} $$
  • Tolerância a Falhas:

Mecanismos como CRC, bit stuffing e monitoramento de tensão diferencial garantem integridade. Nós defeituosos se desconectam automaticamente.

Arquitetura do CAN no STM32🔗

O STM32O que é STM32 e por que usá-lo?O que é STM32 e por que usá-lo?Descubra os principais benefícios, arquitetura ARM Cortex-M e aplicações práticas dos microcontroladores STM32. Comece a inovar agora. integra um controlador CAN com os seguintes recursos:

1. Mailboxes: 3 buffers de transmissão (TX) e 2 FIFOs de recepção (RX).

2. Filtros Programáveis: Até 28 filtros para selecionar IDs relevantes (modo máscara ou lista).

3. Modos de OperaçãoEntendendo os temporizadores no STM32Entendendo os temporizadores no STM32Descubra como configurar temporizadores STM32 para gerar PWM, medir intervalos e capturar eventos com exemplos práticos e dicas de troubleshooting.:

  • Normal Mode: Comunicação padrão.
  • Loopback Mode: Teste interno sem hardware externo.
  • Silent Mode: Apenas escuta o barramento.

Registros Críticos:

Configuração de Hardware🔗

Componentes Necessários

Diagrama de Conexões

graph LR STM32_A[CAN_TX/CAN_RX] --> TJA1050_A[Transceptor] TJA1050_A --> CAN_Bus[CAN_H/CAN_L] CAN_Bus --> TJA1050_B[Transceptor] TJA1050_B --> STM32_B[CAN_TX/CAN_RX]

Pinagem STM32O que é STM32 e por que usá-lo?O que é STM32 e por que usá-lo?Descubra os principais benefícios, arquitetura ARM Cortex-M e aplicações práticas dos microcontroladores STM32. Comece a inovar agora. (varia por modelo):

FunçãoPino STM32 (Exemplo 1)Pino STM32 (Exemplo 2)
CAN_RXPA11PB8
CAN_TXPA12PB9

Implementação de Software com HAL🔗

Configuração no STM32CubeMX

1. Habilite o CAN em Connectivity > CAN.

2. Atribua os pinos RX/TX conforme seu modelo.

3. Ajuste o Baud RateUART no STM32: Comunicação serial básica para debug e integraçãoUART no STM32: Comunicação serial básica para debug e integraçãoDescubra os segredos da UART no STM32 com exemplos práticos, configuração via HAL, DMA e dicas de troubleshooting para comunicação serial eficiente. (ex: 1 Mbps):

Exemplo de Inicialização

CAN_HandleTypeDef hcan;
hcan.Instance = CAN1;
hcan.Init.Prescaler = 4;
hcan.Init.Mode = CAN_MODE_NORMAL;
hcan.Init.SyncJumpWidth = CAN_SJW_1TQ;
hcan.Init.TimeSeg1 = CAN_BS1_5TQ;
hcan.Init.TimeSeg2 = CAN_BS2_3TQ;
HAL_CAN_Init(&hcan);
// Configurar filtro para ID 0x123
CAN_FilterTypeDef filter;
filter.FilterIdHigh = 0x123 << 5;
filter.FilterMaskIdHigh = 0x7FF << 5; // Máscara de 11 bits
filter.FilterFIFOAssignment = CAN_FILTER_FIFO0;
HAL_CAN_ConfigFilter(&hcan, &filter);

Envio e Recepção de Mensagens

Transmissão:

CAN_TxHeaderTypeDef txHeader;
uint8_t data[8] = {0xAA, 0x55};
uint32_t mailbox;
txHeader.StdId = 0x123;
txHeader.RTR = CAN_RTR_DATA;
txHeader.DLC = 2;
HAL_CAN_AddTxMessage(&hcan, &txHeader, data, &mailbox);

Recepção (Callback):

CAN_RxHeaderTypeDef rxHeader;
uint8_t rxData[8];
void HAL_CAN_RxFifo0MsgPendingCallback(CAN_HandleTypeDef *hcan) {
  HAL_CAN_GetRxMessage(hcan, CAN_RX_FIFO0, &rxHeader, rxData);
  if (rxHeader.StdId == 0x123 && rxData[0] > 30) {
    HAL_GPIO_WritePin(GPIOA, GPIO_PIN_5, GPIO_PIN_SET); // Liga cooler
  }
}

Exemplo Prático: Rede com Múltiplos Nós🔗

Cenário Automotivo

  • Nó 1 (ECU Motor): Envia RPM e temperatura a cada 100ms (ID 0x100).
  • Nó 2 (ECU Freio): Monitora pressão do freio (ID 0x200) e solicita redução de potência se necessário.
  • Nó 3 (Dashboard): Exibe dados recebidos e aciona alertas.
graph TD Nó1[ECU Motor] -->|CAN_H/CAN_L| Nó2[ECU Freio] Nó2 -->|CAN_H/CAN_L| Nó3[Dashboard]

Código para Solicitação de Dados (Quadro Remoto):

CAN_TxHeaderTypeDef txHeader;
txHeader.StdId = 0x200;
txHeader.RTR = CAN_RTR_REMOTE; // Solicita dados do ID 0x200
txHeader.DLC = 0; // Sem payload
HAL_CAN_AddTxMessage(&hcan, &txHeader, NULL, &mailbox);

Troubleshooting e Boas Práticas🔗

Problemas Comuns e Soluções

SintomaCausa ProvávelSolução
Sem comunicaçãoResistores de terminação ausentesAdicione 120Ω em cada extremo.
Erros CRC frequentesBaud rate incorretoVerifique BS1, BS2 e prescaler.
Frames não recebidosFiltros mal configuradosAjuste FilterId e FilterMask.

Dicas Avançadas:

1. Use CAN_MODE_LOOPBACK para validar o software sem hardware.

2. Priorize IDs baixos para mensagens críticas (ex: airbag: 0x010).

3. Monitore erros com HAL_CAN_GetError(&hcan).

4. Em redes complexas, utilize CAN FD (Flexible Data-Rate) para maior throughput.

Conclusão🔗

A implementação do CAN Bus no STM32O que é STM32 e por que usá-lo?O que é STM32 e por que usá-lo?Descubra os principais benefícios, arquitetura ARM Cortex-M e aplicações práticas dos microcontroladores STM32. Comece a inovar agora. oferece uma solução robusta para sistemas distribuídos, combinando alta confiabilidade com flexibilidade. Dominar a configuração de hardware, filtros e interrupções permite desenvolver redes eficientes, desde aplicações automotivas até controle industrial. Utilize os exemplos e práticas deste artigo como base para projetos escaláveis, sempre validando a integridade do barramento com ferramentas como analisadores CAN e osciloscópios.

Autor: Marcelo V. Souza - Engenheiro de Sistemas e Entusiasta em IoT e Desenvolvimento de Software, com foco em inovação tecnológica.

Referências🔗

Compartilhar artigo

Artigos Relacionados