Testbench SystemVerilog: Estímulos e Respostas em Ação

Neste tutorial, vamos explorar Geradores de Estímulos e Coletores de Respostas, dois componentes fundamentais para a criação de testbenches robustos em SystemVerilogIntrodução ao SystemVerilog: História e EvoluçãoIntrodução ao SystemVerilog: História e EvoluçãoDescubra a trajetória do SystemVerilog, sua origem a partir do Verilog, e os marcos que transformaram a verificação de hardware na indústria digital.. Aqui, o foco será compreender como esses elementos colaboram para exercitar e avaliar um Design sob Teste (Device Under Test – DUT), sem abordar detalhes de outras metodologias ou tópicos não relacionados diretamente à geração e coleta de dados.

Contextualização🔗

Em um fluxo de verificaçãoIntrodução ao SystemVerilog: História e EvoluçãoIntrodução ao SystemVerilog: História e EvoluçãoDescubra a trajetória do SystemVerilog, sua origem a partir do Verilog, e os marcos que transformaram a verificação de hardware na indústria digital., temos basicamente duas grandes tarefas:

1. Aplicar estímulos ao DUT.

2. Observar e analisar as respostas do DUT.

Essas tarefas são executadas por diferentes blocos dentro do testbenchCriando Testbenches Estruturados: Estratégias de VerificaçãoCriando Testbenches Estruturados: Estratégias de VerificaçãoAprenda a criar testbenches estruturados em SystemVerilog com estratégias de verificação, modularização e boas práticas para designs digitais confiáveis., geralmente organizados em duas partes:

  • Gerador de Estímulos (Stimulus Generator): Responsável por criar, manipular e enviar sinais de entrada ao DUT.
  • Coletor de Respostas (Response Collector): Responsável por receber os sinais de saída gerados pelo DUT e avaliá-los, armazená-los ou compará-los com valores de referência.

A seguir, veremos algumas abordagens para implementar cada uma dessas partes.

Geradores de Estímulos🔗

O Gerador de Estímulos (ou Stimulus Generator) é o móduloOrganização de Projeto: Divisão em MódulosOrganização de Projeto: Divisão em MódulosAprenda a dividir projetos em módulos com SystemVerilog e descubra como organizar código para garantir clareza, testes facilitados e manutenção ágil. que cria os sinais de entrada usados para exercitar o DUT. Ele pode seguir estratégias de geração de estímulos determinísticas (fixas) ou semideterminísticas (variadas de forma controlada).

Estrutura Básica

Em SystemVerilogIntrodução ao SystemVerilog: História e EvoluçãoIntrodução ao SystemVerilog: História e EvoluçãoDescubra a trajetória do SystemVerilog, sua origem a partir do Verilog, e os marcos que transformaram a verificação de hardware na indústria digital., é comum agrupar a lógica de geração de estímulos em uma classeClasses e Objetos: Criando Estruturas ReutilizáveisClasses e Objetos: Criando Estruturas ReutilizáveisDescubra neste tutorial como usar classes e objetos em SystemVerilog para desenvolver testbenches modulares e eficientes, otimizando a manutenção do código. separada, facilitando a manutenção e a evolução do projetoIntrodução ao SystemVerilog: História e EvoluçãoIntrodução ao SystemVerilog: História e EvoluçãoDescubra a trajetória do SystemVerilog, sua origem a partir do Verilog, e os marcos que transformaram a verificação de hardware na indústria digital.. Por exemplo:

class StimulusGen;
  // Dados que serão gerados
  rand bit [7:0] data;
  // Construtor
  function new();
  endfunction
  // Método para gerar estímulos
  task generate_stimuli(output bit [7:0] out_data);
    // Aqui poderíamos atribuir valores ao 'data' de forma determinística ou pseudoaleatória
    out_data = $urandom_range(0, 255);
  endtask
endclass
Observação: O uso de randomização avançada e constraints faz parte de estudos mais aprofundados, mas mesmo assim podemos utilizar funções de pseudoaleatoriedade simples ou valores fixos para testar o DUT.

Formas de Geração de Estímulos

MétodoDescriçãoObservações
Randômico SimplesUsa funções pseudoaleatórias (ex.: $urandom) para variar valores.Aumenta a chance de encontrar cenários de falha. Fica sujeito a repetição aleatória.
Determinístico/DirigidoDefine valores fixos ou sequências bem definidas para entrada.Possibilita a reprodução exata de cenários. Ideal para depuração de casos específicos.
Tabela de EstímulosLê valores de um arquivo ou de uma lista pré-definida.Útil para aplicar casos de uso reais ou valores críticos extraídos de logs.

Coletores de Respostas🔗

Enquanto o Gerador de Estímulos injeta dados de entrada, o Coletor de Respostas (ou Response Collector) fica responsável por observar os sinais do DUT e armazená-los ou compará-los a valores de referência. Isso garante que qualquer desvio de comportamento seja notado e registrado.

Organização do Coletor de Respostas

Assim como no caso dos estímulos, podemos criar uma classeClasses e Objetos: Criando Estruturas ReutilizáveisClasses e Objetos: Criando Estruturas ReutilizáveisDescubra neste tutorial como usar classes e objetos em SystemVerilog para desenvolver testbenches modulares e eficientes, otimizando a manutenção do código. dedicada para coletar e processar saídas do DUT:

class ResponseCollector;
  // Armazena as respostas coletadas
  bit [7:0] response_history [$];
  // Construtor
  function new();
  endfunction
  // Método para capturar resposta
  task collect_response(input bit [7:0] in_data);
    // Salvar a resposta no histórico
    response_history.push_back(in_data);
  endtask
  // Método simples de checagem
  function void check_last_response(bit [7:0] expected_value);
    bit [7:0] last_value;
    if (response_history.size() > 0) begin
      last_value = response_history[response_history.size()-1];
      if (last_value != expected_value) begin
        $display("Erro: valor inesperado. Recebido = %0d, Esperado = %0d", last_value, expected_value);
      end
    end
  endfunction
endclass

Propósitos do Coletor de Respostas

1. Armazenamento de Dados: Registrar cada valor produzido pelo DUT, criando um histórico para análise posterior.

2. Comparação de Valores: Confrontar resultados atuais com valores de referência, a fim de verificar a correção do DUT.

3. Geração de Logs: Exibir mensagens ou salvar logs de inconsistências e defeitos encontrados.

Interligando Gerador e Coletor🔗

Combinando o Gerador de Estímulos e o Coletor de Respostas, formamos o coração do testbenchCriando Testbenches Estruturados: Estratégias de VerificaçãoCriando Testbenches Estruturados: Estratégias de VerificaçãoAprenda a criar testbenches estruturados em SystemVerilog com estratégias de verificação, modularização e boas práticas para designs digitais confiáveis.. Um driverCriando Testbenches Estruturados: Estratégias de VerificaçãoCriando Testbenches Estruturados: Estratégias de VerificaçãoAprenda a criar testbenches estruturados em SystemVerilog com estratégias de verificação, modularização e boas práticas para designs digitais confiáveis. pode receber os dados gerados pelo StimulusGen e conduzi-los ao DUT, enquanto um monitorCriando Testbenches Estruturados: Estratégias de VerificaçãoCriando Testbenches Estruturados: Estratégias de VerificaçãoAprenda a criar testbenches estruturados em SystemVerilog com estratégias de verificação, modularização e boas práticas para designs digitais confiáveis. observa as saídas do DUT e repassa ao ResponseCollector.

Segue um exemplo simplificado de como um testbenchCriando Testbenches Estruturados: Estratégias de VerificaçãoCriando Testbenches Estruturados: Estratégias de VerificaçãoAprenda a criar testbenches estruturados em SystemVerilog com estratégias de verificação, modularização e boas práticas para designs digitais confiáveis. poderia instanciar e usar essas classes (trecho ilustrativo, sem referências a outros módulosOrganização de Projeto: Divisão em MódulosOrganização de Projeto: Divisão em MódulosAprenda a dividir projetos em módulos com SystemVerilog e descubra como organizar código para garantir clareza, testes facilitados e manutenção ágil. ou metodologias):

module simple_testbench;
  // DUT instanciado aqui (não mostrado neste tutorial)
  // wire/logic de interconexão com DUT
  wire [7:0] dut_input;
  wire [7:0] dut_output;
  // Instâncias das classes
  StimulusGen gen;
  ResponseCollector collector;
  initial begin
    // Cria objetos
    gen = new();
    collector = new();
    // Gera estímulos e coleta respostas por N ciclos
    repeat (10) begin
      bit [7:0] stim_value;
      gen.generate_stimuli(stim_value);
      // Aqui 'stim_value' seria enviado ao DUT (por driver)
      // Espera algum tempo ou sinal de clock:
      #5;
      // Coletar a resposta do DUT
      collector.collect_response(dut_output);
      // Opcional: comparação com valor esperado
      collector.check_last_response(stim_value);
    end
    $finish;
  end
  // DUT fictício: exemplo mínimo
  assign dut_output = dut_input;
  // Exemplo de atribuição ao DUT
  assign dut_input = /* em prática, conectado a um driver que recebe stim_value */;
endmodule

No exemplo acima:

  • O Gerador de Estímulos alimenta o sinal stim_value.
  • O DUT recebe stim_value (por simplicidade, numa atribuição direta).
  • O Coletor de Respostas monitora dut_output, salvando e comparando com o valor esperado.

Essa é a essência de gerar e coletar sinais em SystemVerilogIntrodução ao SystemVerilog: História e EvoluçãoIntrodução ao SystemVerilog: História e EvoluçãoDescubra a trajetória do SystemVerilog, sua origem a partir do Verilog, e os marcos que transformaram a verificação de hardware na indústria digital..

Conclusão🔗

Geradores de Estímulos e Coletores de Respostas são blocos fundamentais em qualquer testbench de SystemVerilogIntrodução ao SystemVerilog: História e EvoluçãoIntrodução ao SystemVerilog: História e EvoluçãoDescubra a trajetória do SystemVerilog, sua origem a partir do Verilog, e os marcos que transformaram a verificação de hardware na indústria digital.. Eles trazem organização, clareza e flexibilidade ao processo de verificação, permitindo que se aplique uma variedade de entradas (possivelmente complexas) e que se valide automaticamente o comportamento do DUT.

  • Geradores: Fornecem dados de entrada (dentro de uma estratégia de teste definida).
  • Coletores: Observam saídas, registram e comparam resultados para garantir que tudo funcione conforme o esperado.

Usar classes dedicadas para geração de estímulos e coleta de respostas facilita a manutenção do código, a compreensão do testbench e a possibilidade de evolução no futuro. Conforme se avança no estudo de SystemVerilogIntrodução ao SystemVerilog: História e EvoluçãoIntrodução ao SystemVerilog: História e EvoluçãoDescubra a trajetória do SystemVerilog, sua origem a partir do Verilog, e os marcos que transformaram a verificação de hardware na indústria digital. e nas metodologias de verificação, esses fundamentos se expandem para cenários complexos, mas a base permanece a mesma: gerar estímulos apropriados e observar o comportamento do design.

Esperamos que este tutorial tenha mostrado como estruturar e empregar Geradores de Estímulos e Coletores de Respostas em seus projetos SystemVerilogIntrodução ao SystemVerilog: História e EvoluçãoIntrodução ao SystemVerilog: História e EvoluçãoDescubra a trajetória do SystemVerilog, sua origem a partir do Verilog, e os marcos que transformaram a verificação de hardware na indústria digital., reforçando a importância de um fluxo de verificação bem organizado.

Autor: Marcelo V. Souza - Engenheiro de Sistemas e Entusiasta em IoT e Desenvolvimento de Software, com foco em inovação tecnológica.

Referências🔗

  • ASIC World – Site com diversos tutoriais sobre SystemVerilog, oferecendo uma base sólida para entender a linguagem e a construção de testbenches, incluindo geração de estímulos e coleta de respostas: www.asic-world.com/systemverilog/
  • ChipVerify – Tutorial de SystemVerilog que aborda, entre outros tópicos, a criação e uso de testbenches, incluindo conceitos aplicáveis a estímulos e coleta de respostas: www.chipverify.com/systemverilog/systemverilog-tutorial
  • Embarcados – Plataforma com cursos gratuitos sobre SystemVerilog, útil para quem deseja aprofundar o conhecimento sobre a linguagem e suas aplicações em verificação: www.embarcados.com.br/cursos-gratis-sobre-systemverilog/
  • SystemVerilog.io – Repositório de recursos e tutoriais focados em SystemVerilog, com informações relevantes para a implementação de testbenches e técnicas de verificação: www.systemverilog.io
  • Verification Academy – Recurso especializado em verificação de designs, com materiais e exemplos que complementam o entendimento de técnicas como estímulo e coleta de respostas: verificationacademy.com

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