Comunicação Serial Avançada: UART, CAN e USB Cortex-M4

A comunicação serial é um dos pilares de sistemas embarcados que envolvem troca de dados entre diferentes dispositivos ou com o mundo externo. No Cortex-M4Visão geral dos microcontroladores ARM Cortex-M4Visão geral dos microcontroladores ARM Cortex-M4Descubra os microcontroladores ARM Cortex-M4, que oferecem eficiência, controle em tempo real e recursos avançados para aplicações industriais, médicas e mais., a utilização de interfaces como UART, CAN e USB é essencial para viabilizar desde simples trocas de dados de depuraçãoDebug e programação utilizando ST-Link e J-LinkDebug e programação utilizando ST-Link e J-LinkAprenda técnicas essenciais para programar e depurar microcontroladores ARM Cortex-M4 utilizando ferramentas ST-Link e J-Link. Confira o tutorial. até protocolos industriais robustos. Neste tutorial, abordaremos os conceitos fundamentais, características de hardware e exemplos gerais de configuração dessas interfaces, oferecendo uma visão prática de como utilizá-las adequadamente.

Visão geral da comunicação serial🔗

A comunicação serial permite o envio de dados bit a bit por meio de linhas de transmissão e/ou recepção. Comparada à comunicação paralela, ela reduz o número de pinos necessários e facilita o gerenciamento de longas distâncias de transmissão. No Cortex-M4Visão geral dos microcontroladores ARM Cortex-M4Visão geral dos microcontroladores ARM Cortex-M4Descubra os microcontroladores ARM Cortex-M4, que oferecem eficiência, controle em tempo real e recursos avançados para aplicações industriais, médicas e mais., encontramos, comumente:

  • UART (Universal Asynchronous Receiver/Transmitter)

Voltada para comunicação ponto a ponto, geralmente utilizada para depuraçãoDebug e programação utilizando ST-Link e J-LinkDebug e programação utilizando ST-Link e J-LinkAprenda técnicas essenciais para programar e depurar microcontroladores ARM Cortex-M4 utilizando ferramentas ST-Link e J-Link. Confira o tutorial., interface com módulos ou periféricos simples.

  • CAN (Controller Area Network)

Protocolo robusto, muito usado em aplicações industriais e automotivas, com detecção de erros no nível de hardware e suporte a múltiplos nós na mesma rede.

  • USB (Universal Serial Bus)

Amplamente adotado, podendo atuar como dispositivo ou host. Permite alta taxa de transferência e suporte a diversos perfis de dispositivo (por exemplo, USB CDC, HID, MSC).

UART no Cortex-M4🔗

Conceitos básicos

A UART realiza a conversão paralela-serial e serial-paralela de dados, permitindo transmitir e receber simultaneamente (no modo full-duplex) ou separadamente (half-duplex). Em geral, um UART possui os seguintes parâmetros de configuração:

1. Taxa de baud (baud rate): velocidade de transmissão (ex.: 9600, 115200 bps).

2. Bits de dados: quantidade de bits no pacote (usualmente 8 bits).

3. Bit de paridade (opcional): verificação de erros adicional (par, ímpar ou nenhum).

4. Bits de parada: sinalização de término de frame (ex.: 1 ou 2 bits de parada).

Configuração de hardware

A configuração de um periférico UART no Cortex-M4Visão geral dos microcontroladores ARM Cortex-M4Visão geral dos microcontroladores ARM Cortex-M4Descubra os microcontroladores ARM Cortex-M4, que oferecem eficiência, controle em tempo real e recursos avançados para aplicações industriais, médicas e mais. normalmente envolve:

1. Habilitar o clock do periférico (ex.: RCC, conforme o fabricante).

2. Configurar os pinos TX e RX (função alternativa de GPIOConfigurando e manipulando GPIO, Timers e PWM no Cortex-M4Configurando e manipulando GPIO, Timers e PWM no Cortex-M4Configure GPIO, Timers e PWM no Cortex-M4. Aprenda os passos essenciais e boas práticas para sistemas embarcados de alta performance. para a UART).

3. Definir os parâmetros de comunicação (baud rate, tamanho de palavra, paridade, etc.).

4. Ativar interrupçõesGerenciamento de interrupções e exceções na arquitetura ARMGerenciamento de interrupções e exceções na arquitetura ARMDescubra como o Cortex-M4 gerencia interrupções e exceções com eficiência, explorando técnicas de empilhamento automático e NVIC para sistemas embarcados. caso se deseje tratar eventos de transmissão/recepção de forma assíncrona.

Um exemplo genérico de registro (ilustrativo, não específico de um fabricante) para configuração de baud rate em pseudocódigo:

// Exemplo ilustrativo
UARTx->BRR = CALC_BRR(SystemCoreClock, baudRate);
UARTx->CR1 |= (UART_ENABLE | TX_ENABLE | RX_ENABLE);

Uso e boas práticas

CAN (Controller Area Network)🔗

Características gerais

O CAN é um protocolo robusto, amplamente empregado em automação veicular e industrial. Entre seus diferenciais, encontram-se:

  • Detecção de erro no hardware: o próprio controlador verifica erros de bit, CRC e posição de bits de recessão/dominância.
  • Arbitragem: múltiplos nós na rede podem transmitir simultaneamente, e o processo de arbitragem assegura que a mensagem de maior prioridade seja enviada primeiro.
  • Quadros de dados: suporte a modo padrão (11 bits de identificação) ou modo estendido (29 bits de identificação).

Configuração de hardware

A configuração típica do CAN envolve:

1. Habilitar o clock do módulo CAN e dos pinos.

2. Configurar os pinos de CAN_TX e CAN_RX em modo de função alternativa.

3. Definir parâmetros de bit timing (taxa de bits, segmentação de fases TSEG1/TSEG2, SJW, etc.).

4. Configurar filtros e máscaras: permitem selecionar quais IDs de mensagem serão recebidos ou ignorados.

5. Ativar interrupçõesGerenciamento de interrupções e exceções na arquitetura ARMGerenciamento de interrupções e exceções na arquitetura ARMDescubra como o Cortex-M4 gerencia interrupções e exceções com eficiência, explorando técnicas de empilhamento automático e NVIC para sistemas embarcados. ou DMA conforme a necessidade de tratamento de mensagens em tempo real.

Em pseudocódigo, para ajustar a taxa de bits, tem-se algo como:

// Exemplo ilustrativo
CANx->BTR = (SJW << 24) | (TSEG2 << 20) | (TSEG1 << 16) | PRESCALER;
CANx->MCR &= ~CAN_MCR_INRQ; // Sair do modo de inicialização

Troca de mensagens

USB no Cortex-M4🔗

Modos de operação

O USB pode operar em diversos modos no Cortex-M4Visão geral dos microcontroladores ARM Cortex-M4Visão geral dos microcontroladores ARM Cortex-M4Descubra os microcontroladores ARM Cortex-M4, que oferecem eficiência, controle em tempo real e recursos avançados para aplicações industriais, médicas e mais., dependendo do controlador USB integrado:

  • Dispositivo (Device): o microcontrolador se comporta como periférico USB, podendo ser apresentado ao host como USB CDC (porta serial virtual), HID, MSC, entre outros.
  • Host: o microcontrolador controla periféricos USB, como pen drives e teclados.
  • OTG (On-The-Go): permite fazer com que o mesmo controlador seja capaz de atuar como dispositivo ou host.

Configuração de hardware

1. Habilitar o clock e configurar os pinos correspondentes (DP/DM, se necessário VBUS, ID para OTG, etc.).

2. Definir o tipo de dispositivo USB (CDC, HID, etc.) ou modo de operação (host/dispositivo).

3. Configurar as interrupçõesGerenciamento de interrupções e exceções na arquitetura ARMGerenciamento de interrupções e exceções na arquitetura ARMDescubra como o Cortex-M4 gerencia interrupções e exceções com eficiência, explorando técnicas de empilhamento automático e NVIC para sistemas embarcados. de controle e eventos de USB (Reset, Setup, SOF, etc.).

4. Implementar descritores USB (Device, Configuration, Interface, Endpoint) adequados à classe escolhida.

Como exemplo de descritor, num dispositivo CDC (serial virtual), é preciso declarar:

Device Descriptor -> Configuration Descriptor -> Interface Descriptor -> Endpoint Descriptors

Cada fabricante costuma fornecer pilhas de software que facilitam a implementação do USB, tratando automaticamente estados e eventos.

Fluxo de transferência

Dicas e considerações finais🔗

1. Planeje a taxa de dados e o formato adequado para cada protocolo:

2. Verifique a pinagem no datasheet, assegurando que todas as funções necessárias (RX, TX, CAN_RX, CAN_TX, DP, DM etc.) estejam disponíveis nos pinos selecionados.

3. Gerenciamento de interrupçõesGerenciamento de interrupções e exceções na arquitetura ARMGerenciamento de interrupções e exceções na arquitetura ARMDescubra como o Cortex-M4 gerencia interrupções e exceções com eficiência, explorando técnicas de empilhamento automático e NVIC para sistemas embarcados. e DMAUso de DMA para transferências eficientes de dadosUso de DMA para transferências eficientes de dadosAprenda a configurar o DMA em microcontroladores ARM Cortex-M4 e descubra como otimizar transferências de dados sem sobrecarregar a CPU.: quanto mais rápida a taxa de dados ou maior o volume de mensagens, maior a necessidade de organizar buffers de forma eficiente.

4. Testes de robustez:

  • No CAN, simule ruídos e conflitos de arbitragem.
  • Na UART, teste baud rates diferentes e valide o erro de clock (de preferência < 2%).
  • No USB, utilize ferramentas de monitoramento de barramento e verifique a conformidade com o padrão desejado.

Conclusão🔗

Ao lidar com UART, CAN e USB em microcontroladores ARM Cortex-M4Visão geral dos microcontroladores ARM Cortex-M4Visão geral dos microcontroladores ARM Cortex-M4Descubra os microcontroladores ARM Cortex-M4, que oferecem eficiência, controle em tempo real e recursos avançados para aplicações industriais, médicas e mais., é fundamental compreender as peculiaridades de cada protocolo, bem como o fluxo de configuração de hardware e software. A UART destaca-se pela simplicidade, o CAN pela robustez em redes multi-mestres e o USB pela versatilidade em vários cenários de alto nível. Saber escolher, configurar e depurar cada uma dessas interfaces confere grande flexibilidade e confiabilidadeMelhores práticas de proteção contra falhas e uso de watchdog timersMelhores práticas de proteção contra falhas e uso de watchdog timersSaiba como implementar watchdog timers em ARM Cortex-M4 para garantir reinicializações seguras, confiabilidade e robustez em sistemas críticos. ao projeto, atendendo a requisitos de comunicação em aplicações de diferentes segmentos da indústria e pesquisa.

Autor: Marcelo V. Souza - Engenheiro de Sistemas e Entusiasta em IoT e Desenvolvimento de Software, com foco em inovação tecnológica.

Referências🔗

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